Saiba quais são os tipos de peste suína e seus perigos

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A peste é altamente contagiosa e fatal entre animais

Identificada pela primeira vez no século XIX, a peste suína é uma doença altamente contagiosa e fatal entre os animais. Como o próprio nome sugere, a doença é característica de suídeos (suínos domésticos e asselvajados) e assusta criadores de todo o mundo.

A doença é classificada em dois tipos: a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA).

Tipos de Peste Suína

Peste Suína Clássica (PSC)

Também conhecida como febre suína ou cólera dos porcos a Peste Suína Clássica é causada pelo vírus da família Flaviviridae, que possui período de incubação de 7 a 10 dias.

Na Peste Suína Clássica a contaminação dos animais geralmente se dá pela via oronasal (boca e nariz). A alta densidade populacional, além da presença de porcos silvestres, são dois fatores que contribuem para a propagação da doença.

Quando a doença acomete animais antes do nascimento (pré-natal) o vírus afeta a diferenciação dos órgãos, levando a malformações e abortos. Por outro lado, ao contaminar animais jovens e adultos a PSC causa lesões nas células endoteliais e trombose.

Entre os animais jovens, a Peste Suína Clássica apresenta taxa de mortalidade de até 90%, enquanto entre os animais mais velhos ela pode ser mais branda ou silenciosa (subclínica).

Os sintomas da Peste Suína Clássica são depressão, febre alta, leucopenia severa (leucócitos abaixo do normal), necrose das tonsilas (amígdalas), regiões avermelhadas, hemorragia e coloração azulada (cianose) em animais de pele mais clara.

Os animais contaminados pela PSC também podem apresentar sintomas relacionados ao sistema nervoso, tais como letargia, convulsões, dificuldade de locomoção e ranger de dentes.

Pesquisas apontam que os animais que sobrevivem por mais de 10 dias após a manifestação dos sintomas podem apresentar constipação seguida de diarreia. Nos casos crônicos da doença os sintomas também incluem uma recuperação transitória seguida por febre, anorexia e depressão dos animais.

Para controlar a Peste Suína Clássica são utilizadas vacinas com vírus atenuados. Em casos de indisponibilidade da vacina, é necessária a eliminação (abate) dos rebanhos infectados.

peste suína

Peste Suína Africana (PSA)

Já a Peste Suína Africana (PSA) foi descoberta no início do século XX no sul e leste da África e é causada por um vírus DNA da família Asfarviridae, gênero Asfivirus. Ela acomete suínos domésticos e asselvajados, isto é, javalis e cruzamentos com suínos domésticos, e possui período de incubação de cinco a 21 dias.

Estudos e pesquisas já identificaram 23 genótipos diferentes do vírus da PSA, sendo a maioria resistente e causadora de altas taxas de mortalidade.

De acordo com pesquisas, o vírus não tem preferência por idade ou gênero dos animais e é resistente, podendo viver por até três meses nas fezes dos animais e por até nove meses nos alimentos (produtos maturados).

Embora não seja uma ameaça direta à saúde humana, uma vez que o vírus não é transmitido para seres humanos, os surtos da Peste Suína Africana são devastadores sendo fatais à totalidade de uma criação em sua forma mais virulenta.

Entre os sintomas da PSA estão febre alta (entre 40 e 42 graus), perda de apetite, hemorragias na pele (no focinho, orelhas, patas e abdômen) e em órgãos internos, problemas de respiração, e alta taxa de mortalidade de 4 a 10 dias.

Em setembro de 2018 houve surtos da doença em suínos de subsistência da Romênia e da China e em javalis da Bélgica. A origem da infecção foram restos de alimentos com produtos crus derivados de suínos. Estes alimentos estavam contaminados com a PSA e levou as autoridades a criarem uma zona de vigilância na fronteira com da Bélgica com a França.

A PSA possui rápida disseminação, alta taxa de mortalidade e desastrosas consequências econômicas. Para o controle da doença é necessário a eliminação (abate) dos rebanhos infectados bem como um rigoroso controle de qualidade da carne suína e dos vetores da doença.

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Publicado em 19 março de 2019